EDIÇÃO ESPECIAL
“COMÉRCIO JUSTO, CONSUMO RESPONSÁVEL E ECONOMIA SOLIDÁRIA”
Prezados leitores e autores da Revista Organizações Rurais & Agroindustriais,
Informamos que prorrogamos o prazo de submissão de trabalhos a nossa edição especial “Comércio Justo, Consumo Responsável e Economia Solidária” até o dia 30 de março de 2020, atendendo a pedidos de pesquisadores da área para mais tempo para elaboração e refinamento dos trabalhos a serem submetidos. Assim, os demais prazos, divulgados em nossa chamada para a edição especial, também serão prorrogados em 30 dias.
Consideramos que a extensão do prazo contribuiria para a ainda maior qualidade dessa edição especial, de temática tão relevante e atual.
Contando com a compreensão de todos, permanecemos à disposição para quaisquer esclarecimentos.
Atenciosamente,
Equipe Editorial - Organizações Rurais & Agroindustriais
A Revista Organizações Rurais e Agroindustriais (OR&A) comemora 30 anos desde a sua fundação em 1989 como "Cadernos de Administração Rural". Ao longo de sua história, houve inúmeras contribuições para o campo da gestão rural e da economia. Vinculada ao Departamento de Administração e Economia (DAE) da Universidade Federal de Lavras (UFLA), a OR&A sempre foi uma referência para a divulgação científica de estudos em administração rural no Brasil.
Nesta ocasião, comemoramos a internacionalização da revista OR&A. Em parceria com o Coordenadora de Pequenos Produtores e Trabalhadores do Comércio Justo da América Latina e Caribe (CLAC), estamos lançando uma Edição Especial de OR&A com o tema "Comércio Justo, Consumo Responsável e Economia Solidária".
O Comércio Justo é um movimento social global cujas experiências pioneiras começaram no final da década de 1940 como respostas alternativas ao fracasso do modelo comercial convencional. Ele busca promover padrões produtivos e comerciais responsáveis e sustentáveis, bem como oportunidades de desenvolvimento para pequenos agricultores, camponeses e artesãos (as) economicamente e socialmente desfavorecidos, com relação aos atores dominantes no mercado.
Comércio Justo é um modelo comercial que coloca os seres humanos e a sustentabilidade social, econômica e ambiental das sociedades no centro; dignificar o trabalho, respeitar o meio ambiente e promover a gestão responsável e sustentável dos recursos naturais.
A importância da pesquisa científica em questões de Comércio Justo é sustentada, em primeiro lugar, no interesse genuíno das Universidades com as populações mais vulneráveis, buscando investigar e estudar esses problemas, a fim de demonstrar, apoiar e responder a desafios dos pequenos produtores que enfrentam a sustentabilidade de uma produção agrícola que coexiste e sobrevive em um mercado cada vez mais complexo. Um mercado muito competitivo que não conseguiu incluir uma grande porcentagem da população que ainda vive abaixo do limiar de pobreza e em condições de grande desigualdade.
Em um contexto global, a OXFAM [1] destaca que a fortuna dos bilionários aumentou 12% no ano passado, ou seja, US$ 2,5 bilhões por dia, enquanto a renda dos mais pobres, que equivale a 3,8 bilhões de pessoas da população mundial, diminuiu 11%. Assim, todos os dias são adicionados dígitos no final dos milionários e pessoas sem pão do outro lado.
Diante dessa situação desesperadora, a OXFAM [2] tem como uma de suas mensagens centrais "Recompensem o Trabalho, Não a Riqueza". Isso coincide com as ideias fundadoras do Comércio Justo, expressas por um fazendeiro indígena zapoteca: “não queremos dinheiro doado, não somos mendigos. Se você pagasse um preço justo pelo nosso café, poderíamos viver sem mais apoio” (Roozen e Vanderhoof (2002: 10) [3], os mesmos atores que criaram Max Havelaar para o comércio justo na Holanda).
Os esforços isolados para o comércio justo em várias partes do mundo logo se reuniram ao longo do caminho e, em 2004, foi fundada o Coordenadora Latino-Americano e do Caribe de Pequenos Produtores e Trabalhadores do Comércio Justo (CLAC [4]), com a missão de “representar e promover os interesses, capacitação e desenvolvimento de seus membros e de suas comunidades”.
A CLAC constantemente promove seus pilares: fortalecer a sustentabilidade do movimento, promover valores e espaços para o comércio justo, sem se descuidar dos novos desafios: inclusão social, novos mercados e mudanças climáticas.
A CLAC, assim como os coordenadores da América do Norte, Europa e Oceania, empreendeu a iniciativa Universidades pelo Comércio Justo para fortalecer suas alianças e influenciar a formação de capital humano e a pesquisa.
Nesse sentido, professores e pesquisadores das Universidades para o Comércio Justo são convidados, bem como aqueles que ainda não aderiram, a enviar suas contribuições para uma edição especial sobre os desafios atuais e futuros do Comércio Justo em relação ao desenvolvimento sustentável e o consumo responsável na revista "Organizações Rurais & Agroindustriais". Os trabalhos deverão ser submetidos para avaliação até o dia 25 de fevereiro de 2020. Ao submeter o artigo no sistema, é necessário seleccionar a edição especial no campo “seção”.
[1] OXFAM.2019. Bienestar público o beneficio privado. Informe OXFAM, 40 p.
[2] OXFAM.2018. Premiar eltrabajo no la riqueza. Informe OXFAM, 90 p.
[3] Roozen, N., &Vanderhoof, F. (2002). La aventura del Comercio Justo: una alternativa de
globalización, por los fundadores de Max Havelaar. México: El Atajo.
[4] http://clac-comerciojusto.org/
Temáticas abordadas:
1. O Comércio Justo e a promoção da sustentabilidade ambiental, social e econômica:
1.1. Comércio Justo e a sustentabilidade ambiental: adoção de boas práticas produtivas; conservação e meio ambiente.
1.2. Comércio Justo e a sustentabilidade social: desenvolvimento local; qualidade de vida; saúde e educação; cidadania.
1.3. Comércio Justo e a sustentabilidade econômica: preço e prêmios; diversificação; acesso a novos mercados; economia solidária.
2. Desafios ao Comércio Justo:
2.1. Comércio Justo e os desafios sociais: trabalho infantil; mudanças geracionais; juventude e sucessão rural; migração e inclusão social, relações de gênero.
2.2. Comércio Justo e os desafios ambientais: mudanças climáticas; contaminação por agroquímicos.
2.3. Comércio Justo e os desafios econômicos: certificação por organizações de pequenos produtores e por comunidades indígenas; adoção e participação por grandes empresas (mainstreaming); transformação das relações norte-sul; participação de organizações de produtores na definição de regras e objetivos da certificação.
2.4. Comércio Justo, inovação e adaptabilidade: culturas e realidades locais; novas demandas mercadológicas.
2.5. Impactos do Comércio Justo: avaliação de resultados; estabelecimento de novos indicadores.
3. Consumo Responsável e Economia Solidária
3.1. Organizações de Comércio Justo em países do Hemisfério Norte
3.2. Marketing e o comportamento do consumidor: produtos sustentáveis e/ou certificados; consumo local; consumo ético e responsável.
3.3. Comércio Justo e a Economia Solidária
Universidades pelo Comércio Justo América Latina
CONOSUR / CONE SUL / SOUTH CONE
Universidad Nacional de Chilecito https://www.undec.edu.ar/
Universidad Católica del Maule http://portal.ucm.cl/
UFLA - Universidade Federal de Lavras http://www.ufla.br
Centro América y México / América Central e México / Central America and Mexico
Universidad Politécnica de Huatusco http://www.uphuatusco.edu.mx/
Escuela de la Frontera Sur (ECOSUR) https://www.ecosur.mx/
Universidad Autónoma Benito Juarez http://www.uabjo.mx/
Universidad Autónoma de Chapingo http://web.chapingo.mx/
CATIE Costa Rica https://www.catie.ac.cr/
UTN Costa Rica https://www.utn.ac.cr/
Región Andina / Região Andina / Andes Region
ESPOCH Escuela Superior Politécnica del Chimborazo https://www.espoch.edu.ec/
UNACH Universidad Nacional del Chimborazo http://www.unach.edu.ec/
ESPE https://www.espe.edu.ec/
UNIVALLE https://www.univalle.edu.co/
Caribe
UNEV https://www.unev.edu.do/lugar/unev-santiago/