Mudanças na esfera do trabalho: novos modelos de produção e comunicação
Palavras-chave:
comunidade, trabalho, acumulação flexível, produção enxutaResumo
O pensamento de Descartes, no século XVII, assinala o alvorecer da Idade Moderna. Uma de suas heranças foi a de que poderíamos conhecer mais acerca da natureza reduzindo o complexo às suas partes mais simples. Essa forma de pensamento fez com que víssemos a realidade formada de partes. A explicação dessas partes permitiria enumerar, ordenar e entender o todo. A estratificação e a hierarquização do que se chama de sociedade em partes, similar a um organismo ou como um sistema, formada pela economia, comunicação, linguagem, religião, política, Estado, direito, fomentou a idéia de que essas áreas ou esferas estão separadas, quando, na verdade, não estão. Este artigo pretende desenvolver a idéia de que a realidade social, vista como uma totalidade, deve poder reunir esferas antes estanques por meio de uma totalidade. Nesse sentido, este trabalho pretende relacionar as práticas produtivas sob a égide do capitalismo como sendo também um fenômeno de comunicação. Para isso, analisa-se como a produção de mercadorias em diferentes modelos de produção e acumulação capitalistas e seus modos de gerir a mão-de-obra nos modelos que se convencionou chamar de produção “taylorista-fordista” e “japonês”, relacionam-se como práticas comunicacionais e informacionais diferentes e desiguais, tanto no âmbito interno, quanto externo das empresas ou da cadeia produtiva da qual fazem parte.