COOPETIÇÃO ENTRE CAFEICULTORES, COOPERATIVAS E ASSOCIAÇÕES: EVIDÊNCIAS NO MERCADO BRASILEIRO DE CAFÉS ESPECIAIS
Palavras-chave:
Indicação Geográfica, Alta Mogiana, Cerrado Mineiro, PMEs, ComercializaçãoResumo
Objetiva-se descrever como a competição e a colaboração simultâneas, fenômeno conhecido como coopetição, apresentam-se nos diversos níveis de interação sustentados pelos produtores de cafés especiais. Num contexto de interação dinâmica, heterogênea e intensa entre vários players, como é o caso das Indicações Geográficas (IGs) de café, cafeicultores se envolvem em relacionamentos interorganizacionais entre si, que, por meio de cooperativas e associações, permitem a coopetição se manifestar em níveis distintos. Dada a incipiência da abordagem coopetitiva no setor primário, a pesquisa qualitativa exploratória foi adotada para identificar e compreender melhor essa dinâmica de relacionamento. Os dados para a pesquisa foram coletados de entrevistas semiestruturadas com 20 atores que compõem as IGs da Alta Mogiana e da Região do Cerrado Mineiro: cafeicultores, cooperativas, instituições apoiadoras e gestores das associações. Os resultados foram separados em relacionamentos que promovem a competição e a cooperação, de forma a revelar a complexidade das suas práticas, num contexto que exige inovação em produto e processos. A descrição envolveu os níveis cafeicultor-cafeicultor, cooperativa-cooperativa e associação-associação, sendo que a necessidade de cooperação se mostrou onipresente no âmbito comercial, e a competição se manifestou em produtos, processos, serviços e finanças. Em IGs de café, a coopetição convive dentro do indivíduo, da empresa, da associação, da cooperativa, desde o nível intraorganizacional até o nível inter-redes, abrindo espaço para contribuições futuras.